quarta-feira, 14 de abril de 2010

O Futuro

Sei que me espera qualquer cousa
Mas não sei que cousa me espera.

Como um quarto escuro
Que eu temo quando creio que nada temo
Mas só o temo, por ele, temo em vão.

Não é uma presença: é um frio e um medo.
O mistério da morte a mim o liga
Ao triste fim do meu poema.

Álvaro Campos

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Esquadros

Composição: Adriana Calcanhoto

Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!

Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...

Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

domingo, 5 de abril de 2009

É
a gente quer valer o nosso amor
a gente quer valer nosso suor
a gente quer valer o nosso humor
a gente quer do bom e do melhor
a gente quer carinho e atenção
a gente quer calor no coração
a gente quer suar mas de prazer
a gente quer é ter muita saúde
a gente quer viver a liberdade
a gente quer viver felicidade

É
a gente não tem cara de panaca
a gente não tem jeito de babaca
a gente não está com a bunda exposta na janela pra
passar a mão nela

É
a gente quer viver pleno direito
a gente quer viver todo respeito
a gente quer é ser uma nação
a gente quer é ser um cidadão

É...

Gonzaguinha - É

sexta-feira, 27 de março de 2009



* Não há necessidade de legendas nesse presente momento!

domingo, 22 de março de 2009

"Vocês já cresceram, não são mais crianças!"
Ao mesmo tempo que a exclamação deixa-me enaltecida
Ela traz, juntamente, cala-frios
As coisas vão cambiando
O lugar comum não existe mais
Um simples café posto a mesa ao acordar
Não existe mais
A independência que era idolatrada
Está a sua frente
Você goza dela
Não sei qual é o pior ou melhor
Mesmo que não estejam ao lado
Eles estão sempre em mente
Saudades do eterno são constantes

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

...

Cadê a criação?
Ih, o momento de felicidade saiu por ali correndo
Volte Volte
como escrever sem saber o que por no papel?
Alta viagem
na tentativa de algo um pouco mais concreto
...
'desejo, necessidade, vontade'
Mas ainda assim não surge nada
Uma hora ela volta
Ouvirá meu chamado.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Regressar

O que me impressiona é a facilidade como pessoas têm de sair(ou seria entrar?), fazer toda uma reviravolta em algo e depois retornar, com a 'cara limpa', ao ponto de partida.
Como não há sofrerimento? Nenhum arranhão? Não há preocupação com o que aconteceu ou com o que vai ficar?
O que noto que resta é uma extrema secura.
Tudo está muito volátil
Sem explicação(não dá nem tempo de explicar)
Mais bonito e virtuoso é a capacidade de pessoas sairem, se instalarem, permanecerem e irem mudando com o tempo... não retornando ao ponto de partida, mas seguindo aos poucos, preocupando-se(que seja pelo menos um pouco)com o que está deixando.

domingo, 28 de dezembro de 2008

...
E senti um imenso soco no peito vindo de dentro pra fora, como se em fração de segundos fosse explodir.
As lembranças foram embora de vez,
Sem pensamentos, nem cobranças e censuras.
Um grande alívio me cercava.

Por um instante NADA...

Por fim a respiração decidiu voltar ao normal.

Aqui estou,
Esperando amigos que me tragam flores...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008